Normalmente vemos muitos alunos do curso de Psicologia se interessarem primeiramente pela Psicologia Clínica. A sensação de ter acesso ao outro para auxilia-lo em seus momentos de sofrimento, envolve a maioria dos iniciantes no curso. Conforme o decorrer da graduação, o aluno terá que lidar com uma questão muito importante para si, para a sua formação e para seu futuro trabalho: a psicoterapia pessoal.
No início das aulas, logo nos primeiros semestres, os professores começarão alertá-los sobre a grande importância que a psicoterapia tem em suas vidas e nas de quem futuramente trabalharão, independentemente da área que escolherem. O processo pela busca do auto conhecimento é lento e muitas vezes mesmo com a motivação de professores aos seus alunos, uns são receptivos e outros são resistentes, adiando para o final ou depois do curso.
O material de estudo do curso de Psicologia, aliado ao contato junto dos pacientes nos estágios obrigatórios, são responsáveis pela bagagem emocional dos alunos que passam a se sentirem angustiados, ansiosos, diante de muitos conflitos, dúvidas, entre muitas outras questões que vão surgindo pouco a pouco, percebendo-se diante da história do outro.
O papel da psicoterapia pessoal é mostrar as possibilidades de contato e descobrimento de suas fraquezas, sentimentos, dificuldades, para que se vá desenvolvendo uma postura clínica facilitando o seu futuro trabalho com seus pacientes, pessoas ao seu redor, a si mesmo e em empresas nas quais pode trabalhar.
Na Psicologia tanto a formação pessoal quanto a profissional estão relacionadas e o seu desafio é com o auto - cuidado, este tem que ser espontâneo e constante. É importante refletir sobre a psicoterapia pessoal como algo que se faz por vontade e desejo de melhorar e não por imposição de quem quer que seja. Para isso, é necessário que o aluno ganhe uma postura profissional, contentamento e segurança para atuar realizando um bom trabalho com eficácia e sensibilidade.
Uma postura que se mostra clínica do psicólogo é a vivencia subjetiva que se desenvolve ainda no curso de graduação, estendendo-se ao longo dos atendimentos psicológicos efetuados. A qualidade da formação é quando existem conhecimentos teóricos, supervisões e principalmente a psicoterapia pessoal, logo os saberes teóricos são internalizados e processados conforme o seu contato com o próprio mundo e através da utilização dos próprios conhecimentos na compreensão dos processos psíquicos de seus pacientes.
Entendemos que a relação que se desenvolve entre o terapeuta e o paciente acontece quando existe a inclusão da personalidade do profissional dentro de um diálogo, sendo esta além da escuta apurada, a principal ferramenta de seu trabalho. Portanto, quando realizamos a psicoterapia pessoal, podemos vivenciar como se dá a seriedade do compromisso terapêutico e ético.
A experiência de uma psicoterapia é essencial pois nela falamos sobre conflitos, mudanças de vida e na vida, doenças psíquicas que causam sofrimentos, questões matrimoniais, familiares, profissionais, novas condições que a vida está impondo, entre muitas outras razões.
Temos nosso jeito próprio de ser e mostrar para o mundo e na profissão psicólogo existem muitos modelos que podemos ter como referenciais. Com isso, o aluno se esforçará para que seu senso de responsabilidade e compromisso com seu trabalho, o auto conhecimento e cuidado, ao contrário, poderá agravar os sintomas e conflitos trazidos pelos pacientes demonstrando despreparo para cuidar das demandas que a profissão nos traz.
Quem vivenciar o processo terapêutico, se auto conhecerá e terá acesso á sua própria personalidades e as questões que a envolve, podendo assim melhor elaborar os sentimentos e reagir diante da vida. Terá também a noção de que o contato consigo mesmo é verdadeiro e poderá ser retomado, ganhando força para o caminho da conscientização abrindo-se para novas possibilidades de expressão e atitude.
Quando escolhemos essa profissão sabemos que teremos que ajudar as pessoas a se conhecerem e se descobrirem, ajudá-las á tomarem posse de si mesmas sendo um gesto humano e sem o compromisso de auto conhecimento não poderá ser considerada uma tarefa completa. Muitos tipos de sofrimentos chegam até nós para que assim, tenhamos ainda mais consciência de que nosso respeito com a profissão aliada com o auto conhecimento do psicoterapeuta fará reflexo em seu trabalho.
Quando pensamos em como olhar os meus próprios conflitos, pode ser uma forma de compreensão de si mesmo, sendo então necessário estar preparado para entender os conflitos dos seus pacientes. É preciso que o psicoterapeuta seja capaz de reconhecer suas forças diante da dinâmica com seus pacientes despertando neles seu próprio potencial para que haja uma grande e surpreendente transformação de olhares, diante de si, da vida e do mundo!
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