Hoje em dia e no decorrer da história do mundo, notamos que aconteceram muitas transformações com o ser humano em suas características físicas, sociais e culturais. Tentamos compreender como esses fatores nos dias de hoje como: a fluidez, à insegurança, a individualização, a contradição e a rapidez, podem e conduzem as relações humanas.
Por isso, é necessário pensarmos que exista uma concordância cultural entre as pessoas sobre o que significa "ficar" ou se envolver em um relacionamento estável. Por exemplo, nos anos 80 usávamos o termo na “Crista da Onda”, e nos nossos tempos, pode ser considerado “brega” ou “fora de moda”, mas nunca pudemos observar e viver diante de tantas transformações em tão grande velocidade como na atualidade.
Podemos perceber claramente nos sites de relacionamentos e as redes de interatividade que se multiplicam rapidamente, vem nos revelando uma tendência mundial das novas relações humanas, sem intimidade, sem compromisso, sem coerência, ou seja, individualizadas. A relação virtual, com todas as suas possibilidades, pode “salvar” qualquer individuo de riscos como um parceiro mal humorado, irritado, chato ou qualquer outra característica que desagrade. Não há riscos de se comprometer, pois, nada impede o “bloqueio do perfil” do indesejado ou uma “queda da conexão”. Para desconectar-se com o outro basta pressionar uma tecla; sem constrangimentos, sem lamúrias aparentes.
Entender o mecanismo dos relacionamentos humanos já não significa falar de amor. O amor não é hoje a forma de expressão dos relacionamentos. Pode ser considerada uma nova forma de vivenciá-los. A diferença entre o amor romântico do amor apaixonado, é que o primeiro é culturalmente específico. O amor romântico torna-se diferente do amor apaixonado embora, ao mesmo tempo, possua alguns lembranças dele. O amor romântico acredita no auto-questionamento: como eu me sinto em relação ao outro? Como o outro se sente ao meu respeito? Será que nossos sentimentos são profundos o bastante para suportar um envolvimento prolongado?
Nos dias de hoje, o atual amor significa relacionamento puro. Não é como o casamento um dia foi, uma “condição natural” na qual a durabilidade possa ser tomada como algo garantido. É uma característica do relacionamento puro que ele possa ser rompido, por qualquer um dos parceiros e a qualquer momento. Para que uma relação seja mantida é necessária a possibilidade de compromisso duradouro, mas qualquer um que se comprometa sem reservas arrisca-se a um grande sofrimento no futuro, caso ela venha a ser dissolvida.
O importante é procurar entender quais são os modelos culturais dos relacionamentos amorosos que seguimos, e, vamos descobrindo o que os seres humanos pensam a respeito dessa temática. Então, o ficar e o relacionamento estável que entendemos estão ligados por uma fase que não é para sempre, ao contrário, se apresenta de forma natural fazendo com que o sujeito movimente-se entre uma situação e outra por inúmeras vezes ao longo da vida.
