sexta-feira, 26 de junho de 2015

APEGO E DESAPEGO !


Você já sofreu para se desfazer de alguma coisa ou de alguém? Ficou naquele dilema de que isso pode ser útil ou que foi a vovozinha que me deu. Você guarda mil lembranças tapadas do pó, as quais na verdade são só recordadas na hora da faxina e de arrumar espaço?

Ou, ainda, você tem aquela relação de dependência com alguém? Conheço a história de muitos divórcios que um dos cônjuges não conseguia viver longe da mãe. Aliás, conheço algumas pessoas que, mesmo após a morte da mãe, não se libertam dessa relação e continuam comparando todos à mãe. Lógico, estão sozinhos.

Isso é apego. São pessoas que temem a liberdade, abdicam de seu poder interior, tornando-se dependentes de uma pessoa, de um evento, de uma coisa ou de mil coisas, de uma religião que utilizam como bengala exterior, e não como um apoio interior. Sofrem, e muito! São inseguras.

Outras pessoas não guardam "mil coisas tapadas de pó" externamente, mas guardam milhões de ressentimentos, de mágoas. Isso é apego sob a forma de aversão. Mas o fato é que carregam aquela criatura, situação, seja lá qual for a causa, sempre junto de si, grudadinha. Não se libertam e não perdoam, porque pensam que o perdão é um benefício imerecido para o adversário, afinal merece o fogo do inferno. Não veem que são eles que queimam primeiro, consumindo a própria saúde. É um erro, pois o perdão beneficia a quem perdoa, pois liberta desse apego negativo. Limpa, areja e renova a vida de quem perdoou. Liberta do sofrimento.

O apego é independe de valor; em geral, elas acabam apegadas ao lixo. Aquelas coisas tão importantes foram tomadas pelo pó, pelas traças, pelo mofo, perderam o valor, saíram de moda, o cupim comeu, a ferrugem foi oxidada, enfim... virou lixo. Nos relacionamentos, se dá o mesmo, somente são outros os fatores de corrosão. E lá está entulhando a vida, dando trabalho inútil.

Um dos exemplos mais tristes é o dos moribundos, aquelas situações em que o corpo físico apodrece sobre a cama e o espírito não se liberta. Apegado á vida material, teme a morte e vive uma agonia e um sofrimento lamentáveis. Explicou-me o espírito Georges que isso era apego, e que a espiritualidade preferia deixar que o doente experimentasse aquele sofrimento todo ainda no corpo e que o afastasse conscientemente, do que acabar com o sofrimento visível no físico, mas seguir carregando o problema do apego no outro mundo. A espiritualidade ensina que o apego à matéria é o maior indicativo de inferioridade em um ser humano. O mesmo é pregado há milênios pelas religiões orientais. Desapegar-se é uma atitude sadia, positiva, que nos conecta com a nossa essência, com a nossa alma, com o movimento da vida, pois é sinal de liberdade e autonomia interior. E a alma precisa de liberdade. Em relação às relações humanas, vale lembrar que damos o que temos; então, que tal presentearmos os outros com o melhor do que trazemos em nossos corações? Por certo, receberemos felicidades. 

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